Especialistas afirmaram que muitos dos experientes podem aquecer os debates entre os candidatos, principalmente com a presença de novatos

Manaus – As articulações políticas para as eleições gerais de 2022 já se iniciaram e alguns nomes já conhecidos pelo eleitorado amazonense devem entrar na disputa. A presença destes representantes políticos, no entanto, não deve intimidar os novatos que decidirem concorrer no pleito. De acordo com especialistas, com base nos resultados das últimas eleições, o eleitorado pode garantir uma reviravolta na hora de ir às urnas.
Três fortes candidatos que podem se destacar neste cenário são forasteiros radicados no Amazonas há anos: Omar Aziz (PSD-AM), Eduardo Braga (MDB-AM) e Alfredo Nascimento (PL). O caminho político trilhado por estas figuras possui alguns pontos em comum, como o início em movimentos políticos estudantis, uma porta de entrada utilizada por muitos parlamentares Brasil afora. A presença destes três nomes na disputa pode aquecer os debates, mas não deve tornar o caminho de novatos tão difícil.
Cumprindo o penúltimo ano de seu mandato, o senador Omar Aziz iniciou sua carreira política no movimento estudantil ainda na década de 1980 e desde então passou por diversos cargos políticos. De vereador, por dois mandatos, chegou ao Legislativo estadual, passou pelo Executivo municipal e estadual até alcançar uma cadeira no Senado Federal, onde está atualmente.
“Hoje no Senado sou o coordenador da bancada do Amazonas no Congresso, primeiro presidente da Comissão de Segurança Pública. Já fui presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, comissão fundamental para defender o Polo Industrial de Manaus e seus empregos. Em 2019, a maior emenda de obra no Brasil foi apresentada por mim, que foi pela recuperação da AM-010, que não liga só Manaus a Itacoatiara, mas beneficia muitos moradores do Baixo Amazonas. Enfim, tenho muito orgulho de estar servindo meu Estado com ações que não são mais que a minha obrigação, mas que marcaram e ainda marcam muito a vida das pessoas”, disse o parlamentar.
Destaque à carreira
O senador foi cauteloso ao comentar sobre o que destacaria em sua campanha eleitoral caso concorresse no próximo pleito. De acordo com o parlamentar, alguns pontos que provavelmente receberiam destaque e seriam relembrados envolvem sua atuação no desenvolvimento educacional do Estado e também os investimentos na área da Saúde e na Segurança Pública, como o programa Ronda no Bairro, inaugurado em 2011, quando era governador do Amazonas.
“Penso que é muito cedo pra se falar em campanha eleitoral futura, mas ao longo da minha trajetória política é natural que alguns temas tenham se sobressaído. Quando fui governador do Amazonas, fui apontado pelo Ibope Nacional como o mais bem avaliado de todo o País. Isso foi porque fizemos muito. Poderia citar segurança pública, sem dúvida. Quem não se lembra do Ronda no Bairro na nossa gestão? Não só isso, no nosso governo foi o primeiro do País a vacinar as meninas contra o HPV. Fomos pioneiros e referência em todo o Brasil. Instalamos o mamógrafo em todos os municípios”, relembrou o senador.
O senador Eduardo Braga (MDB-AM), também cogitado para a disputa eleitoral de 2022, apesar de ser o mais novo entre os três, possui uma carreira notória na política amazonense, onde atua há quase 40 anos. Já foi vereador, deputado estadual e federal, governador e agora, senador pelo estado. A equipe de reportagem do EM TEMPO entrou em contato com a assessoria do senador, mas o parlamentar não quis se manifestar sobre sua participação no próximo pleito.
Outro nome na política amazonense é Alfredo Nascimento. Sem cumprir mandato atualmente, Alfredo já assumiu cargos públicos de grande importância nacional, como ministro de Transporte, secretário de Estado da Fazenda e de Administração do Amazonas, presidente da Empresa de Processamento de Dados do Amazonas (Prodam) e secretário municipal de Administração, de Saúde e de Economia e Finanças de Manaus. Também já ocupou uma cadeira no Senado e foi chefe do Executivo municipal. Procurado pela equipe de reportagem do EM TEMPO, Alfredo Nascimento também não se manifestou sobre como atuaria caso concorresse nas próximas eleições.
Pleito disputado?
A presença de figuras políticas experientes na disputa eleitoral deve aquecer os debates, mas não deve definir os resultados nas urnas. Segundo o cientista político Jack Serafim, o eleitorado representará um desafio para os candidatos, por ser o fator principal da equação, e será o responsável por garantir que a disputa por sua preferência seja forte.
“O grande debate vai ser feito com base em argumentos, realmente, mais sólidos, aquela coisa de ‘vou resolver tudo’ já não vai ser um diferencial, não vai ser algo que vai levar as pessoas à decisão. E não bastasse isso, os candidatos vão ter que enfrentar um novo desafio no próximo ano, que vai ser o desafio de cada vez um maior número de pessoas não está indo votar e isso, sem dúvida nenhuma, irá tornar a próxima eleição bastante disputada”, afirmou.
A possível participação de novatos na corrida eleitoral não deve se intimidar com os mais experientes. De acordo com o cientista político, o que deve influenciar é que grande parte dos eleitores está introspectiva, resultado das últimas eleições, onde as apostas foram altas e não renderam resultados favoráveis. A movimentação política também está diferente e deve se adequar de acordo com o cenário atual.
“Nesse período de pandemia, então, as consequências vão ser de uma população mais reservada, mais introspectiva. Acredito que novos nomes, novas lideranças, podem ter espaço sim. O que a gente vem percebendo é que o eleitorado pode se revelar, pode estar independente e, diferente das outras eleições, que havia uma certa liberdade para as pessoas estarem na rua, nas manifestações, ganhavam as lideranças políticas que conseguiam levar os eleitores para os comícios, conseguiam mobilizar mais eleitores”, explicou o especialista.
Discurso baseado na experiência
A campanha eleitoral deve ser envolvida em uma releitura da experiência dos parlamentares, o que pode acirrar o debate. Ainda de acordo com Jack Serafim, os políticos mais novos poderão usar a estratégia reversa, ao questionarem sobre os resultados das atuações dos mandatos passados dos parlamentares.
“Sem dúvida nenhuma, o grande mote da campanha de políticos que estão há mais tempo nessa trajetória será a questão da experiência. Vai ser um debate bastante acirrado. Por sua vez, os políticos mais novos irão questionar exatamente isso, eles têm uma experiência, mas não uma experiência de combate à Covid-19. Porque a pandemia, por exemplo, vai trazer à tona várias deficiências na área de Saúde no estado do Amazonas inteiro, resultado de gestões passadas”, ressaltou o cientista político.
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