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Ônibus velhos, sem ar-condicionado, sujos e desconfortáveis, paradas de ônibus sem abrigo. Essa é a realidade enfrentada pela maioria das 500 mil pessoas que utilizam os ônibus do sistema de transporte coletivo de Manaus diariamente. Nas ruas e pontos de ônibus, são muitas as reclamações dos usuários.
Isso porque, além dos veículos sucateados, alguns com mais de 12 anos de uso, as viagens de ônibus cada vez mais longas e incômodas, tanto para o passageiro quanto para motoristas e cobradores.
Um exemplo disso aconteceu na manhã da última sexta-feira (6/9), quando o ônibus, entrou em pane na rua Marquês de Quixeramobim, no Parque das Laranjeiras, zona Centro-Sul da capital. O veículo foi fabricado em 2011, e parou por problemas mecânicos, atingindo diretamente a roda dianteira esquerda – um retrato da frota que circula hoje na cidade, necessitando de urgente renovação. A única linha de ônibus que passa pela Marquês de Quixeramobim e faz integração no Terminal 1, conforme apontava o veículo, é da linha 440.
As péssimas condições dos veículos tornam as viagens de ônibus um sufoco para quem precisa do transporte no dia-a-dia, como a manicure Tamires da Silva, 35 anos. Moradora do bairro Jorge Teixeira, na zona Leste, ela trabalha em um salão de beleza no bairro Dom Pedro, na zona Centro-Oeste, e sai todos os dias de casa às 5h30 da manhã para chegar às 8h.
“Sou mãe de cinco filhos e perco muito tempo para sair e voltar para casa. Quando saio, estão dormindo. Quando volto, muitas vezes já foram se deitar. Eu praticamente não consigo acompanhar direito a rotina e o crescimento deles”, lamentou.
Não bastassem os problemas nos veículos, que volta e meia quebram nas ruas da cidade, quem necessita utilizar os terminais de integração disputa vaga para entrar nos ônibus nos horários de pico.
Veículos e linhas insuficientes
Realidade difícil também para quem precisa caminhar por horas do ponto de ônibus para seu destino final. É que algumas áreas da cidade, apesar do crescimento imobiliário e comercial que tiveram, ainda não contam com linhas e veículos em quantidade suficiente para suprir a demanda.
É o caso de quem trabalha na rua Waldemar Jardim Maués, no Novo Aleixo, zona Leste. Na via, há empresas de todos os portes, inclusive fábricas, além de condomínios residenciais. Mesmo assim, todos os dias é fácil ver centenas de pessoas caminhando por longos trajetos, ao descerem dos pontos de ônibus para seus locais de destino.
Em outro ponto da cidade, no Tarumã, zona Oeste, trabalhadores precisam pagar por vans particulares se não quiserem caminhar a pé até as empresas e condomínios da avenida Frederico Baird. Vera Lima, 53, faz faxina em diversas casas de condomínios da via e explica que, muitas vezes, ao descer do ônibus, precisa caminhar um quilômetro e meio até chegar ao trabalho. “É sempre isso. Uma saga pra ir e voltar. Se não tiver carona, é esse sufoco. Já chego cansada para faxinar”, lamenta.
Terminais ruins, rodoviária sem previsão
Outro convênio já liberado pelo Governo do Amazonas é o do novo terminal rodoviário da cidade, o T6. Erguido na gestão do ex-prefeito Arthur Neto, a estrutura ficou inoperante por anos. Só em 2023 teve a obra de readequação iniciada, para se transformar na nova rodoviária de Manaus.
Localizada no bairro Lago Azul, o novo prédio substituirá a rodoviária instalada na avenida Djalma Batista e funcionará como terminal para viagens municipais e intermunicipais. Localizada no bairro Lago Azul, o novo prédio substituirá a rodoviária instalada na avenida Djalma Batista e funcionará como terminal para viagens municipais e intermunicipais. Para esta obra, o Governo do Estado já repassou os recursos. Porém, a obra permanece sem previsão de entrega.
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