Autoridades de Cuba pediram ao governo brasileiro maior flexibilidade no pagamento de dívidas acumuladas com projetos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), depois de dizer que Havana não tem como arcar com o valor neste momento. Ao todo, o atraso soma US$ 538 milhões (R$ 2,6 bilhões).
O “haircut” mencionado no documento diz respeito a um desconto de US$ 2,6 bilhões em uma dívida de Cuba com o Clube de Paris em 2015, que soma US$ 11,1 bilhões, com juros inclusos.
Conforme o registro oficial, representantes do regime cubano comunicaram às autoridades brasileiras que Cuba não dispõe dos recursos necessários para cumprir suas obrigações financeiras. Em meio a esse pedido, o presidente Lula chega ao país nesta sexta-feira, 15, para participar de uma reunião do G77, coalizão de países em desenvolvimento.
Autoridades cubanas comunicaram ao governo brasileiro que estão aguardando “algum tipo de flexibilidade” por parte da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva para retomar os pagamentos atrasados da dívida com o Brasil. Cuba deve US$ 538 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões) aos cofres da União.
A informação foi obtida pelo jornal Folha de S.Paulo a partir de um documento que registrou uma reunião virtual na 2ª feira (11.set.2023) entre integrantes de órgãos do Executivo brasileiro e de bancos públicos. Em um dado momento, um dos participantes disse que tratou do tema com o vice-primeiro-ministro de Cuba, Ricardo Cabrisas Ruiz, e com Roberto Verrier, diretor da ProCuba, agência de promoção de exportações e investimentos.
“Autoridades do país externaram não possuir neste momento meios para o pagamento das suas obrigações. As autoridades teriam sinalizado esperar algum tipo de flexibilidade por parte do governo brasileiro —por exemplo, um haircut comparável ao recebido no tratamento da dívida do Clube de Paris em 2015 e, diante da escassez de dólares, uso de moedas alternativas ou recebíveis de commodities cubanas— para permitir a retomada dos pagamentos”
Os atrasos no pagamento dos projetos patrocinados pelo Brasil em território cubano começaram em 2016, mas se intensificaram em 2018, quando os repasses deixaram de ser feitos desde o mês de junho.
Além da dívida exposta no documento, Cuba ainda precisará pagar US$ 520 milhões até 2038. Isso coloca o repasse total ao Brasil em US$ 1,1 bilhão.
CUBA LASTREOU DÍVIDAS EM CHARUTO
O governo de Cuba apresentou recebíveis da indústria estatal de tabaco do país, famosa pelos charutos, como garantia de empréstimo de US$ 176 milhões (R$ 857 milhões) do BNDES.
Foi parte do financiamento para a construção do Porto Mariel pela Odebrecht (hoje Novonor). A Camex (Câmara de Comércio Exterior) do governo federal aprovou a proposta em reunião em 26 de maio de 2010 (leia trecho da ata), no 2º governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A ata da reunião da Camex em maio de 2010 deixa claro que as condições oferecidas aos cubanos são excepcionais. No caso dos recebíveis, por exemplo, o que se costuma aceitar são fluxos externos. Cumpriria esse papel crédito em dólar pelo pagamento por importações de charutos cubanos, a ser cobrado em outros países.
O que o governo brasileiro aceitou foram fluxos internos depositados em banco cubano. É uma garantia muito mais difícil de ser executada em caso de inadimplência do que seria se o dinheiro estivesse fora de Cuba.
Fonte: Oantagonista e poder360
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Só tá na mídia porque ele ñ vão pagar!!
Desviou o dinheiro pra lá olha no que deu!