O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, afirmou em entrevista que se questiona se não deveria ter dado o que chama da “tratamento preventivo” contra a Covid-19 para a sua mãe. Regina Modesti Hang morreu na semana passada por complicações devido ao novo coronavírus, aos 82 anos.
Segundo Hang, a idade e as comorbidades que afetavam sua mãe – como sobrepeso, o fato de ser cardíaca, além de possuir diabetes e insuficiência renal – contribuíram para que não recomendassem o “tratamento precoce”.
“No início minha mãe já estava assintomática quando nós pegamos o vírus. E, quando levamos ela para o hospital, infelizmente era muito tarde. Em três dias, a doença tomou 95% de seus pulmões. (…) Ela tinha 82 anos, sobrepeso, tomava mais de vinte comprimidos por dia, era cardíaca, tinha diabetes e insuficiência renal, por isso não demos os remédios. Diziam que seria perigoso.”
O uso de medicamentos contra a Covid-19 não teve, até o momento, nenhuma comprovação científica e segue sendo reprovado por entidades especializadas como a OMS (Organização Mundial de Saúde) e o Conselho Nacional de Saúde.
Entre as indicações, estão o uso de hidroxicloroquina e cloroquina, ivermectina, e azitromicina, todos remédios sem eficácia contra a doença.
O “tratamento precoce” é estimulado pelo Ministério da Saúde e pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus remédios podem causar arritmia cardíaca, sangramentos e inflamação no fígado, segundo especialistas.
Na semana passada, o Ministério da Saúde informou o MPF (Ministério Público Federal) que cloroquina produzida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) que seria destinada inicialmente para o programa de combate à malária foi disponibilizada pela pasta no tratamento de Covid-19 – a despeito de não haver comprovação científica para esse uso.
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