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Um novo imunizinante contra o câncer de próstata desenvolvida por pesquisadores do Brasil recebeu aprovação internacional da FDA (Food and Drug Administration) para iniciar a fase de coleta de pacientes nos EUA. É a 1ª vez que uma tecnologia inteiramente desenvolvida no Brasil alcança tal estágio de aprovação por uma agência regulatória norte-americana.
A Vacina contra o câncer de próstata desenvolvida no Brasil pode revolucionar o tratamento da doença. Melhora o tratamento do câncer de próstata e evita a reincidência. Ela aplica a imunoterapia: estimula o sistema imunológico dos pacientes a reconhecerem as células cancerígenas e as combatem.
Os resultados nas fases de testes foram promissores. Essa vacina contra o câncer de próstata, desenvolvida no Brasil, foi autorizada nos Estados Unidos para fases de pesquisa e testes clínicos. Médico e pesquisador, Fernando Kreutz explica.
A imunoterapia personalizada visa reduzir a recorrência da doença e tem potencial para economizar bilhões de dólares em todo o mundo. O projeto acumulou investimentos públicos e privados de R$ 70 milhões ao longo de 25 anos.
O imunizante foi criado pelo médico brasileiro Fernando Thomé Kreutz. O tratamento, já testado no Brasil, passa por um estudo clínico de Fase 2 adaptativo nos Estados Unidos.
A tecnologia da vacina utiliza fragmentos do tumor do paciente para produzir uma resposta imune específica. A principal meta é diminuir a taxa de recorrência da doença de 36,8% para 11,8%.
O estudo nos Estados Unidos incluirá 230 pacientes em 21 centros de pesquisa. Cada um receberá um tratamento imunoterápico personalizado, criado a partir de células cancerígenas coletadas durante a cirurgia.
A imunoterapia
Batizada de FK-PC101, a tecnologia utiliza células do tumor do próprio paciente para criar TPCs (Células Apresentadoras de Tumor), que desencadeiam uma resposta imune específica contra o câncer.
“Os resultados mostram que a vacina reduz mais da metade de chances do paciente ter recorrência do câncer”, afirma Kreutz. “O benefício de ter a vacina é superior a dois anos sem a recorrência da doença. Isso é um efeito fantástico em tratamentos oncológicos”, diz o médico.
A equipe brasileira que coordena o estudo já planeja expandir a aplicação da tecnologia para outros tipos de tumores, como os gastrointestinais e pulmonares, que apresentam altas taxas de mortalidade. A coordenação desses novos estudos será liderada pelo médico Alberto Stein.
Se os resultados forem positivos, a imunoterapia poderá ser registrada comercialmente em cerca de 18 meses.
A Cellvax, empresa responsável pelos estudos e comercialização nos Estados Unidos, é avaliada em mais de US$ 200 milhões (R$ 1,1 bilhão). O estudo está registrado na National Library of Medicine, com início em 14 de outubro de 2024.
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