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Manaus–AM – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará os contratos da pasta de Comunicação da Prefeitura de Manaus, que atualmente administra um orçamento de R$ 194,6 milhões, será instaurada.
Ao final da sessão da Câmara Municipal de Manaus (CMM) desta quarta-feira (3), o documento com 14 assinaturas a favor da instauração da CPI, assinado pelos vereadores, chegou às mãos do presidente da Casa, Caio André (União Brasil).
A Câmara Municipal de Manaus (CMM) investigará os contratos da Secretaria Municipal de Comunicação (SEMCOM) com os prestadores de serviço para apurar denúncias veiculadas na mídia nacional, por meio do Portal Metrópoles, de que há “atos que configuram improbidade administrativa na Prefeitura de Manaus.”
No dia 14 de março, a coluna “Na Mira”, assinada pelos jornalistas Mirelle Pinheiro e Carlos Carone, denunciou que um homem identificado como motorista de um portal de notícias de Manaus, “recebeu uma sacola de dinheiro nas dependências da Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura de Manaus”.
O vídeo gerou indignação e alguns vereadores, incluindo o líder do Cidadania na Casa, William Alemão. Eles manifestaram em plenário que a denúncia deveria ser investigada por meio de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
“É inadmissível circular dinheiro em espécie numa repartição pública. Temos que investigar o que acontece dentro da SEMCOM que hoje possui uma fatia significativamente maior do bolo em comparação com áreas cruciais como Habitação e Assuntos Fundiários (Semhaf), da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), e Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi).”, observa o vereador William Alemão.
Contudo, os argumentos apresentados pelo responsável por administrar um orçamento da ordem de R$ 194,6 milhões não convenceram os vereadores, especialmente os parlamentares William Alemão, Capitão Carpê e Rodrigo Guedes. Os três vereadores são autores do requerimento para instaurar a CPI, o qual foi entregue ao presidente Caio André e encaminhado à procuradoria da casa, seguindo os trâmites legais para a instauração da CPI.
“O jornalismo é o pilar da democracia; não há democracia sem jornalismo. No entanto, o que está acontecendo é muito grave. A população não sabe que as notícias veiculadas nos portais são pagas por meio de agências, e não temos conhecimento de quem está recebendo esses pagamentos, muito menos os valores. Não há detalhamento das informações no portal de transparência da Prefeitura de Manaus”, pontuou o vereador Rodrigo Guedes (Podemos).
Próximos Passos
Após a Procuradoria da Casa analisar tecnicamente o requerimento, o presidente lerá o documento em plenário. A partir daí, a CPI definirá as principais funções, como presidente, vice-presidente, relator e suplentes.
Assinaram os documentos os vereadores William Alemão (Podemos), Capitão Carpê (Republicanos), Rodrigo Guedes (Podemos), toda a base do União Brasil composta pelos parlamentares Diego Afonso, Everton Assis, Professora Jaqueline, Thaysa Lippy (Progressistas), Jaildo Silva (PCdoB), Lissandro Breval (Avante), Glória Carrate (PL), Elissandro Bessa (Solidariedade), Marcelo Serafim (PSB), Raiff Matos (DC) e o presidente da Casa, Caio André (Podemos).